Filosofia resiste em cenário de crise da educação brasileira

29/10/2018 • XVIII Encontro Nacional da ANPOF

A última mesa redonda da programação do  XVIII Encontro Anpof contou com um tema sobre a realidade brasileira e as dificuldades enfrentadas hoje: a filosofia, o ensino, a universidade e a crise política que nos assola. Com um caráter mais propositivo, esta mesa redonda contou com a presença de: Edgar Lyra (PUC-RIO e assessor do MEC na elaboração do BNCC), Nythamar Oliveira (PUC- RS e representante da área de filosofia na Capes), e Neyval Costa Reis Junior (Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFES, também representando o reitor, que é presidente da ANDIFES).

Os participantes da mesa compartilharam da constatação de que, embora a crise política e econômica sejam desafios reais atualmente, a pós-graduação no Brasil tem crescido. Novos cursos foram abertos e a consolidação da excelência na área de filosofia se destaca em tempos de dificuldades. Isso significa, de acordo com os participantes, que de alguma forma estamos conseguindo seguir entre os obstáculos. 

“Somos resistentes, não há democracia sem educação” afirma o professor Edgar. Nossas conquistas são recentes e muito preciosas e a perda delas é uma ameaça às escolas e às instituições, segundo o professor. São justamente essas conquistas da filosofia que podem auxiliar e contribuir nesse momento de crise, pois tempos difíceis também instigam a criatividade. Para Lyra, a filosofia tem se mobilizado de forma relevante, principalmente, devido a essa movimentação ser no dia a dia.“Como formadores de opinião, devemos mudar o sistema e ocupar os lugares institucionais”, afirma o professor ao argumentar que ao lidar com quem está a nossa volta, podemos mudar essa ameaça ao ensino e a educação brasileira.

Com a proposta de se mobilizar no dia a dia e ao mesmo tempo se colocar em locais institucionais, os componentes da mesa afirmam ser uma boa estratégia para lidar com a crise no ensino, a filosofia e a universidade e ao mesmo tempo mostrar que nosso trabalho é relevante para a sociedade brasileira.

 Laíssa Ferreira, mestranda Unicamp